quinta-feira, 7 de abril de 2011

mundo cão

poucas coisas me deixam realmente abatidos que não sejam as minhas próprias mesquinharias, mas isso me revoltou o estômago como poucas coisas conseguiram. foi uma brutalidade como muitas outras que acontecem todos os dias, mas nunca me tocou tanto a prepotência misturada à arrogância como neste caso. ouvi muita gente dizendo "é louco! é psicopata!". sei lá, não sou psicólogo nem psiquiatra, mas se é para dizer é isso ou aquilo, diria que é o retrato falado da ignorância. e não aquela que é santa, mas outra que é o móvel da vileza que existe entre nós. é a ignorância que faz alguém que se tem na mais alta conta da civilidade dizer que aquele imbecil que atirou nas crianças o fez porque era "muçulmano", posto que foi dito na imprensa que o homem era um tipo de fundamentalista (só que cristão).
de verdade (de verdade mesmo, não é firula), tô cansado de gente que abre a boca só por abrir, de gente que fala o que não sabe, de gente que é arrogante para não ser engolido pelo mundo, daqueles que esqueceram o que significa a modéstia e a humildade, daqueles que sentem e não falam e vão levando o outro em banho maria, de todos aqueles que fazem parte desse embuste descomunal que é a sociedade contemporânea. é tão prosaico enganar um ao outro que alguns não conseguem mais identificar a farsa e o resultado é esse que tivemos e outros, como pais jogando os filhos da janela e filhos matando os pais por heranças.
ao contrário do que pensei um dia, o oposto da ignorância não é a sabedoria, que glorifica, e sim a honestidade, que dimensiona.

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