quarta-feira, 27 de abril de 2011

"esta é a minha festa"



é possível que eu tome umas chineladas pela minha afirmação, mas que porre se tornou o beco. é uma casa noturna aqui de porto alegre para uma galera mais moderninha. escutei o som acima e lembrei de um cinco ou seis anos atrás, quando o beco funcionava na avenida joão pessoa, ao lado do viaduto. era escurão, meio sujo e tal, mas era barato e tocava música boa. me dá um pouco de saudade dessa época porque passei por umas situações engraçadas lá.
uma delas foi a seguinte: como todo lugar que se pretende "underground" aqui em porto alegre, o beco era frequentado por uma galera mais descolada (ou qualquer outro nome que se dê pra quem se enfia em uma jaquetinha justa da adidas ou se fantasia de julian casablancas). aí nós enchíamos o saco dum amigo nosso pra ele ir com o tradicional traje de festas dele que era um sapatênis bege, um cinto com fivelão de sertanejo e uma camisa laranja da nike. o cara era olhado muito de canto de olho pelos outros, mas enchia o caminhão de cerveja igual a todo mundo (cerveja que, aliás, custava cinco pilas).
mas a história mais espetacular de todas foi a da "senha secreta". a minha esposa e eu estávamos em canoas, no aniversário de 15 anos da filha de uma colega de trabalho dela, quando nos ligou uma louca. "ai! por favor! vão no beco comigo! por favor! vai ser muito legal! é uma festa secreta, com senha e tudo". acho que a casa em que funcionava o estabelecimento tava tendo problemas com a vigilância sanitária na época, então fizeram todo mundo entrar pelos fundos. a porra da senha para entrar era "esta é a minha festa" ou algo do gênero. o idiota aqui chegou no local lá por umas duas e meia da manhã e lascou:

- esta é a minha festa.
- beleza, pode entrar. é dez reais por cada.

em seguida veio um malandro:

- aê! tá tendo festinha?
- tá. entra aí! é dez reais por cada.

dessa papagaiada pra frente, o tal do beco mudou para a avenida independência, encareceu suas entradas e virou um lugar daqueles para ver e ser visto. faz uns três anos que não coloco meus pés lá dentro.

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