segunda-feira, 15 de março de 2010

lá em barbacena

quando era criança, lá por uns sete ou oito anos, eu imaginava como seria a minha vida de adulto. acreditava que quando chegasse aos dezoito, já estaria trabalhando, morando sozinho, com uma namorada e já pensando em casar.
achava que saberia como fazer tudo, que não ia ter mais dúvidas, porque afinal de contas adultos sabem o que fazem. pensava que meus pais parariam de me dizer o que fazer, e não só isso, que aceitariam as minhas opiniões com alguma deferência até.
achava que os adultos que estariam a minha volta seriam menos complicados que as crianças com que vivia. que as briguinhas por causa de nada acabariam, e que não implicaria com ninguém e ninguém implicaria comigo. também imaginava aquela impaciência de criança sumiria, para surgir um mundo de tolerância e compreensão. a única coisa errada que poderia me acontecer era acabar indo para o exército, onde tinham me dito que eu teria que passar o dia capinando de farda.
acho que me enganei um tiquito, mas pelo menos posso escolher minhas roupas hoje.

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