domingo, 23 de janeiro de 2011

ah, revolução francesa...

das muitas coisas que me irritam, as campeãs são todas aquelas que dizem respeito ao comportamento das pessoas ("questões atitudinais", segundo um colega meu). se tem uma coisa que me emputece é o ser humano em contato com outros, especialmente quando diferentes "estratos sociais" se encontram.
umas das principais revoluções sociais da história, a revolução francesa, foi importante para o final da relação entre nobreza e plebe como modelo de sociedade. desse processo saiu fortalecida a burguesia e desta surgiu o fenômeno mais irritante de todos os tempos: o "novo-riquismo". puta que pariu! não existe pessoa mais abjeta que o "novo rico"! ele consegue ser ainda mais odioso que o verdadeiramente rico, porque este, pelo menos, está tão envolto em "exclusividade" que só percebemos sua existência pela revista caras.
o novo rico, não. este faz questão de andar pelos shoppings com cara de enfado e duzentas e cinquenta sacolas nas mãos. este não olha ninguém diretamente no rosto, mas está sempre atento se está sendo observado. este não para na placa de pare porque seu carro é infinitamente mais caro que o do motorista com a preferência. e isso gera uma reação em cadeia.
diferente da revolta popular durante o terror na frança, a cousa acontece de uma maneira mais tácita. a "galera" agora tenta ser como aqueles que tem mais poder aquisitivo, ao invés de se rebelar contra ela. o reflexo disso é o fodido que por qualquer merdinha quer estourar uma champanhota, a fixação do estudante estagiário que ganha meio salário mínimo em ir lavar pratos em londres, o marrentinho da periferia e por aí vai.
e vai por esse caminho porque a questão fundamental nessa história não se trata da quantidade de dinheiro adquirido, mas sim de "o que os outros vão pensar de mim"? na "pós-modernidade", não interessa aquilo que eu acho importante, mas aquilo que vai me fazer ser admirado ou invejado pelos outros.

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