segunda-feira, 27 de setembro de 2010

quem diria?

motivado pelos fatos recentes da vida, ando pensando muito nessa coisa de paternidade (maternidade também). é que antes de ter um filho, por mais que você saiba da trabalheira que dá, sempre fica uma imagem um pouco romântica da função. o engraçado é que aquelas cenas de propaganda da família unida rindo sem motivo até existem, mas você só consegue aproveita-las plenamente no futuro, quando o bicho já parou de pegar um pouco, nas memórias. o presente de um pai e de uma mãe é muito mais movimentado (e atribulado) que isso. na real, é sempre uma correria pra ver se comeu, se fez xixi, se tomou banho, se está bem, se está mal e entre tudo isso, as tais risadas (e uma boa parcela de choro também).
agora, se me perguntarem se ser pai ou mãe é "só" isso, digo que o principal benefício da coisa vai muito mais além. essa correria toda reveste a pessoa de um espírito prático que não conheço de outra fonte. porque se você não fez aquilo tudo que escrevi acima e mais, ninguém fará por você e o resultado ruim não ficará para depois. resumindo: se o seu filho acordou de madrugada querendo mamar, você tem que levantar e dar o bendito leite e pronto, porque certamente o pequeno não vai desistir. e, por incrível que pareça, isso faz da vida uma evento muito menos fantasioso, o que é bom, no meu entendimento.
portanto, se você está paralisado por uma série de questões existenciais, vai lá ter um filho pra ver onde elas vão parar. por experiência própria, uma vida de acontecimentos é muito melhor - ainda que mais difícil - que uma vida só de ideias.

ps.: como dizem que "se conselho fosse bom não era de graça", podem me mandar um email para que eu passe os dados da minha conta na caixa econômica federal.

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