eu sempre tive uma percepção meio supersticiosa sobre o destino. claro que os únicos que não tem uma percepção supersticiosa sobre o destino são aqueles que não acreditam nisso, mas digo isso por causa de um livro que eu li nas férias.
2666, do roberto bolaño, conta cinco histórias bastante diferentes que vão de discussões acadêmicas sobre literatura na europa até as dezenas de assasinatos que acontecem em uma cidade do méxico e que acabam se cruzando de uma forma ou de outra. a forma como essas histórias se cruzam é que me fizeram pensar sobre o destino.
sempre imaginei como somos afastados ou aproximados de coisas e pessoas pelos motivos mais insondáveis e sempre achei que, ainda que de uma maneira bastante ilógica, os nossos atos contribuem para isso. e isso acaba definindo o meu comportamento ou o daqueles que pensam como eu, mesmo que indiretamente ou de forma não proposital.
agora, lendo o livro e filosofando um pouco, é de pensar que aqueles que sempre querem enxergar um "sinal" em tudo acabam os achando em coisas que talvez só façam sentido naquela loucura particular de cada um. talvez vivamos uma sequência de fatos aleatórios ou, pelo menos, ligados de forma menos dramática do que possamos supor e o destino seja apenas uma espécie de "fazer literário" de cada um.
quem já leu o
2666 há de concordar comigo que é um pecado escrever um texto tão piegas para falar de um livro tão bom e por isso, deixo a dica para que outros leiam e quem sabe dividam comigo as impressões que tiveram. li
2666 devagarinho para não gastar as páginas - que são umas 850, aliás - e descobri um novo herói. roberto bolaño virou ídolo.